terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Tudo.

O sofrimento psíquico, sem dúvida, é o pior que a gente pode experimentar. E algo me diz que não está muito certo o que a medicina e o mundo todo fazem com nosso sofrimento: diagnosticado, rotulado, testado, tratado. Há uns três anos, depois da descoberta, eu tomei a decisão que todas as milhares de pessoas com a etiqueta "bipolar" têm de tomar:

- e aí, qual vai ser? grupo teste ou grupo controle?

Eu escolhi testar as drogas que recomendam. Sempre me pareceu mais responsável que viver com minha alma sujeita às flutuações, que poderiam ser evitadas. A outra escolha foi não esconder de ninguém. Obviamente, lidar com as conseqüências das escolhas nunca foi questão em que se pudesse optar, pra ninguém. Você faz a escolha e aí paga o preço. Pacote completo.

Preço: estou VISIVELMENTE menos inteligente. Minha cabeça sempre teve uma tenacidade que eu nem tive mais, depois dos medicamentos. A drug dealer que passa meus remédios diz que isso é impressão. Mas sou eu quem sabe o quanto era fácil, antes, aprender, ler, entender o que estava escrito. Agora, o fator cognitivo teve uma baixa perceptível. Ao menos, está tudo mais estável.

Um dia, o pior dia de todos, a depressão havia piorado. Eu estava acordada e não abria os olhos nem falava fazia algumas horas. Eu fazia idéia que estavam me levando pra um médico, e depois senti uma injeção. Nos três dias seguintes, eu não estava mais triste, mas também não estava sentindo nenhuma emoção. Eu era uma casca seca, sem miolo.

Hoje, pensando nesse embotamento intelectual que eu sinto e minha médica nega existir, eu me lembrei da tal da injeção. O sentido é o mesmo, infinitamente diluído: o remédio deixa "vazar" um pouco do brilho e da velocidade que me tornavam, no mínimo, diferente. Mas eu prefiro pensar que o remédio deixa sair esse excesso, pra evitar a perda do que realmente é essencial. Meu centro está lá, preservado. Vou conquistando mais proximidade desse centro. Espero descobrir, no fim de tudo, que o centro é, também, luminoso.

Sobre o efeito colateral da burrice, me lembro de, no segundo grau, alternar umas notas 10 com uns zeros, na mesma matéria, no mesmo mês. Num mês, eu achava o professor uma figura altamente interessante, e os conceitos faziam muito sentido. Estudar em casa? Pra quê?? E eu ensinava os exercícios pra melhor aluna se ela tivesse dúvida. Nota dez, com louvor, sem esforço. No outro mês, sinais trocados: esse professor é um cretino, uma anta, essa matéria é difícil demais. Eu estudava, pagava aula particular, saía chamando o professor particular de todos os nomes. Lá vem o zero. Será que eu era assim tão esperta?.

E tem outro lado da história: tem as coisas que nunca vou deixar catalogarem. Nada me convence que gente da minha idade, cujo objetivo de vida é ser rico, é normal. Nesse quesito aí, normal sou eu, que quero encontrar minha verdade, quero trabalhar no que gosto, quero não precisar fingir ser algo que não sou. Se acontecer de eu ficar rica, que ótimo. Que eu não sou o tipo de louca que rasga dinheiro.

Mas tenho meus recalques, sou um pouco vingativa, e vou recortar a notícia no dia que o jornal der, finalmente, que a moderna psiquiatria resolveu rotular quem "vive contando dinheiro e não muda quando é lua cheia".

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Neeeeeeeeeeey!!!

Viver ou morrer é o de menos
A vida inteira pode ser qualquer momento
Ser feliz ou não
Questão de talento

Ser feliz é uma das poucas coisas que dependem unicamente da competência da gente. A vida tá aí pra gente ser feliz. O resto é inútil.

Eu já contei que eu fiquei a cinquenta centímetros do Ney Matogrosso e não disse nada a ele? Nem "oi, cara, eu te idolatro, e tal". E eu crente que eu tinha uma competência da porra pra ser feliz. Perdi a chance, hein. Neeeeeey, te amo, seu viado lindo! Casa comigo, caralho!

domingo, 10 de agosto de 2008

Preguiça


Preguiça do tamanho do trem.

Delícia de preguiça.

domingo, 3 de agosto de 2008

My best friend`s wedding

Minha melhor amiga vai se casar e eu não estou preparada pra isso.
Não que eu sofra, mas são mais de dez anos ligando pra Aline toda vez que dá uma merda grande, média ou quando algo de bom acontece... Ou só pra perguntar "e aíiiiii, caaaaaara"? E dar aquela desculpa sonsa de que precisamos gastar os créditos promocionais da OI.

A Aline é esse repositório das minhas carências, e são tantos anos investindo afeto e admiração nela que fico na maior dúvida se deixo ela casar com alguém além de mim. Nessa hora eu lamento o fato de sermos duas hétero-caretas inveteradas. A Aline tem a risada mais gostosa do mundo, aquele riso descontrolado que faz a gente se sentir esperto e um super interlocutor. Conte uma história pra Aline e você vai querer contar a vida inteirinha pra ela.

Tá indo pra Maceió, a noiva. E as linhas aéreas dessa selva, segundo diz o noivo, não vão direto pra lá. Tem escala e chá de cadeira em Salvador, com tempo suficiente pra ir ao Mercado Modelo e achar uma blusa infame com os dizeres "fui a Salvador e lembrei de você".

A gente vai se divertir, deixar listas nas Casas Freitas, Tok & Stok e Imaginarium, anotar os nomes na barra do vestido, chorar horrores na hora do casamento e depois a gente vai pro aeroporto, fazer um pequeno tumulto. Lucas, Marília, Aninha, Eu. Olhar o avião levantar vôo empolgados... E depois ficar com aquela cara de bunda: e agora? Somos só quatro.

E agora ela vai ser feliz, e cada um vai pro seu rumo? Ok para a primeira parte. Mas a gente vai viver no Maceió, e ela aqui. Vantagens do fato de o noivo ser o irmão da Ana. Meu Deus, a gente é quase Amish. Mesmas origens, casamentos entre os membros da comunidade... E ninguém fabrica o próprio pão, mas a Marília faz o nosso cachorro quente com toque de ervas.
E a Ana, também conhecida com PJ ou Peege, come seis e fica olhando para a panela.
Eu disse seis.
Aninha Hot Dog está de segunda a sexta na TV O POVO, apresentando o quadro de esportes do Grande Jornal. Aquela miudinha toda séria come seis cachorros quentes.

domingo, 13 de julho de 2008

É psicológico?

Arriscadíssimo, para a minha vida futura, pregressa, artística e sexual, revelar
no mundo virtual que tenho TAB.
TAB, para os ignorantes, vem a ser Transtorno Afetivo Bipolar.
A antiga Psicose Maníaco Depressiva da mulher do comissário Matos, de Agosto (Rubem Fonseca).

Para quem já é familiar com o assunto porque leu na Revista Contigo,
nunca é demais lembrar que TAB é uma doença séria.
Você vai no psiquiatra, ele estuda tudo sobre você, conversa com seus familiares,
diagnostica, passa remédios que te deixam mais burra que um poodle...

Só pra esclarecer quem ainda pensa que é bipolar porque fica triste quando
briga com a família e fica alegre quando brinca com o cachorro.


Sinto saudades de quando eu lia muito mais rápido, conquistava mais coisas mais rápido, me apaixonava mais rápido, ia de 0 a 100 em 5 segundos...

Eu fazia três cursos de línguas o mesmo tempo, junto com oito cadeiras na faculdade, três estágios, academia e dois cursos de informática. Era ótimo.

Mas não era bom passar dias sem dormir, me machucar de propósito, tentar suicídio e ter histórias pesadas demais pra minha idade.

É bem verdade que eu tinha asas e cortaram. Que agora eu tenho tontura, pouca memória por causa dos remédios.
Mas é agora, depois de três anos sendo medicada e com algumas limitações, que tenho os meus dois pés no chão e posso começar a caminhar de fato.
Eu produzo, eu estudo, me respeitam e tem as pessoas que gostam de mim.
Eu não tenho nem um pingo de preguiça de fazer por onde tudo isso dar muito certo.
Mais louco é quem me diz que não é feliz.


Leitura recomendadíssima:
Uma mente inquieta, da psiquiatra (e paciente de transtorno bipolar) K.R. Jamison.
Por sinal, a Dra. Jamison tem um estudo sobre bipolaridade e genialidade que me alenta sempre que eu me sinto um cocô.
Pelo menos vamos esperar que seja uma idiossincrasia de gênio a minha ida ao shopping hoje à tarde pra comprar mais uns brincos que eu não vou usar.

domingo, 6 de julho de 2008

Gossip Girl

Fiz um Twitter.
Tô muderna dimais.
NINGUÉM ME SEGURA.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Vou de Táxi.

É muita informação nesse mundo globalizado. É muito portal de informação, émuita atualidade para a mulher versátil estar se mantendo por dentro dos acontecimentos.
Mas hoje eu fui fazer a lição de casa da análise e descobrir as origens dosproblemas sexuais de nossa geração.

Com vocês, o melhor de Xuxa e Angélica:

"E o Betão apaixonado
Foi beijar a Marieta
errou a sua boca
E beijou sua bochecha" (XUxa, em "Turma da Xuxa", ensinando a Genival Lacerda como se faz uma Julieta-tá).

"não tem pressa
Teu jeito de olhar pra mim
me arrepia
me leva,
me faz viajar...
pelo céu..
pelo sol...
pelo ar...
a escola pode esperar". (A Angélica, em "Vou de Táxi", gamada no taxista pedófilo).

Mas no banho
Foi só me tocar
De repente
Lembrei do teu olhar (Novamente Angélica, curtindo um duplo sentido na duchinha, antes do táxi)

sou loura romantica da tv,
tenho sexy mancha na nítida coxa...
o meu peito bate um coração de fogo,
sagitário (Angélica, usando o vocábulo "nítida" com muita propriedade,em "Loira Romântica").

"Minha mãe me falou que eu preciso casar
Pois eu já fiquei mocinha
Procurei um alguém e lhe disse:
"Meu bem, você quer entrar na minha?"
Acontece, porém, que eu não sei me entregar
A um amor somente
Quando ando nas ruas fico só namorando
e olhando toda a gente!
Coração Ligado!Beat acelerado!..." (Angélica, em Beat Acelerado)

Super normal, gente, vamos deixar de hipocrisia! Uma hora a gente fica moça mesmo, a mãe da gente manda casar...Daí a gente sai procurando e aborda as pessoas com um simpático "Meu bem, você quer emtrar na minha?"Mas é tudo tão difícil, com esses taxistas sexies por aí e as ruas tão cheias de gente,homem, mulher, taxista, hum,que delícia. Angélica, minha filha, segura essa periquita.
Considerando que os dois ou três leitores desse blog têm entre 23 e 25 anos, absorvemos essas letras na idade da inocência. Isso explica os índices de gravidez na adolescência e porque ficou perigoso pra uma moça voltar sozinha da aula depois da 22 horas.

E um amigo meu dizia que sentia "coisas estranhas" quandovia as pernas da Xuxa desde os oito anos. Quem estiver pensando em ter filhos, repense a contabilidade, porque além de fralda e escola, TV a cabo com Discovery Kids vai estar no pacote básico.

Desculpa, hoje eu acordei meio conservadora.